22 a 28 de novembro de 2021: Semana Internacional do Teste

De 22 a 28 de novembro de 2021 realiza-se a Semana Internacional de Teste. Rastreio para a infeção pelo VIH, hepatites B e C, outras infeções sexualmente transmissíveis,  e mesmo alguns cancros ligados à infeção pelo papilomavírus: faz o teste! A Coalition PLUS e as suas associações membro e parceiras estão a mobilizar a comunidade para que mais pessoas possam aceder ao rastreio.

Semana Internacional de Teste: mobilização coletiva global!

Com o objetivo de reforçar a todos a importância de fazer o teste, quer a nível individual ou coletivo, a Coalition PLUS e as suas organizações membro e parceiras organizam a Semana Internacional do Teste. Pelo segundo ano consecutivo, propomos atividades adaptadas aos contextos nacionais de saúde para o rastreio:

  • da infeção pelo VIH,
  • das hepatites B e C,
  • de outras infeções sexualmente transmissíveis,
  • alguns cancros ligados à infecção pelo papilomavírus humano (HPV).

Nos países participantes, as nossas associações de base comunitária estão a desenvolver atividades de rastreio em contexto comunitário, nos centros de saúde e/ou em parceria, assegurando a confidencialidade. As nossas organizações comunitárias dispõem de todo o equipamento de proteção necessário para realizar o rastreio em segurança, respeitando as medidas de proteção estabelecidas pelas suas autoridades de saúde. Nos países onde ainda permanecem em vigor restrições de viagem e/ou de contacto, foram desenvolvidas outras atividades, como por exemplo, a disponibilização do autoteste.

Semana Internacional do Teste: Uma primeira edição de sucesso

Em Novembro de 2020, a Coalition PLUS organizou a primeira edição da Semana Internacional de Testes, uma extensão da Semana Europeia do Teste. Um total de 35 associações membro e parceiros da Coalition PLUS em 32 países participaram no evento, o que resultou num total de:

  • cerca de 14 000 testes do VIH realizados, dos quais 2,6% com resultado reativo;
  • mais de 5 000 testes do VHB realizados, dos quais 5,2% com resultado reativo;
  • cerca de 5 000 testes do VHC realizados, dos quais 3,8% com resultado reativo.

COVID-19: Testes do VIH em queda livre

A crise sanitária ligada à pandemia da COVID-19 atrasou significativamente a resposta à infeção pelo VIH e SIDA. De acordo com o último relatório do Fundo Global, apenas 8,7 milhões de pessoas receberam serviços de prevenção para oVIH em 2020. Isto corresponde a um decréscimo de 11% em comparação a 2019. Adicionalmente, o rastreio do VIH diminuiu 22% a nível mundial.

Semana Internacional do Teste: informa-te e participa na erradicação destas epidemias!

Qualquer que seja a infeção, conhecer o estatuto serológico – reativo ou não-reativo – é essencial para cuidar da tua saúde… e da saúde dos outros. Só depois de fazeres o rastreio é possível aceder ao tratamento e iniciar o percurso nos cuidados de saúde. Cuidar da tua saúde contribui para o controlo destas epidemias.

Por exemplo, se o teste do VIH for não-reativo, a PrEP (profilaxia pré-exposição), um tratamento altamente eficaz para prevenir a infecção pelo VIH, pode ser uma opção. Em contrapartida, se o resultado do teste do VIH for reativo, a pessoa testada pode ser imediatamente encaminhada e acompanhada para os cuidados de saúde especializados e onde poderá receber tratamento antirretroviral e ser monitorizada para controlar a carga viral. Com um tratamento eficaz, uma pessoa que vive com VIH não transmite sexualmente o vírus! Finalmente, após um resultado reativo para a hepatite C, é possível aceder a medicamentos antivirais de ação direta inovadores que permitem uma cura completa num período de 3 meses.

VIH, hepatites B e C, IST, COVID-19: técnicas de prevenção

O rastreio é o primeiro passo para o controlo das epidemias do VIH e SIDA e das hepatites virais. Contudo, ainda estamos longe do nosso objetivo. Atualmente, a nível global, 1 em cada 5 pessoas que vivem com a infeção pelo VIH no mundo conhece o seu estado serológico. Em relação à hepatite C, 4 em cada 5 pessoas infectadas não estão diagnosticadas. 

O acesso ao teste pode ser particularmente difícil para os grupos mais vulneráveis para estas infeções, onde se incluem os homens gays e bissexuais, pessoas que usam drogas por via injetada, pessoas trans e pessoas que fazem trabalho sexual. Embora estes grupos e os seus parceiros sexuais correspondam a dois terços das novas infecções pelo VIH diagnosticadas, um terço desconhece o seu estatuto serológico positivo para a infeção pelo VIH. O estigma, a discriminação e as desigualdades sociais permamencem barreiras que impendem as pessoas de aceder atempadamente ao rastreio e aos cuidados de saúde de que precisam.

O rastreio comunitário, uma estratégia de prevenção de sucesso

Para além do autoteste, os nossos activistas trabalham em proximidade com as suas comunidades. A Semana Internacional do Teste é mais uma oportunidade para fortalecer  essa ligação e estabelecer novos contactos. O objectivo: apresentar quais as ferramentas  de prevenção disponíveis, incluindo o rastreio e esclarecer alguma questão relacionada com a saúde sexual.

O nosso trabalho já demonstrou o benefício destas intervenções. Quando o acesso ao treino sobre ferramentas biomédicas para a infeção pelo VIH, hepatites virais e outras IST é disponibilizado a pessoas em situação mais vulnerável, estas assumem um papel de liderança entre os seus pares! Por melhor compreenderem quais as necessidades e diferentes realidades das suas comunidades, disponibilizam, num contexto seguro, informação adaptada e atualizada. Para além disso, esta abordagem é complementar ao sistema formal de saúde. Qualquer que seja o resultado do teste, as organizações comunitárias acompanham as pessoas que foram rastreadas até às estruturas formais de saúde sempre que necessário. Contudo, esta intervenção nem sempre é devidamente reconhecida e tal deve ser alterado.

Parceiros da Semana Internacional do Teste

Esta iniciativa é co-financiada pela Agência Francesa para o Desenvolvimento. A Semana Internacional do Teste conta com o apoio da L’Initiative implementada pela Expertise France.